sexta-feira, 9 de agosto de 2013 0 comentários

Terrível começo

Era outra vez um Sonho pequenino e uma garotinha pequenina.
Essa garotinha sentia-se solitária dentro do Sonho e decidiu que não queria continuar assim. Então ela pediu ao Sonho que lhe fizesse um lugar cheio de coisas fantásticas e cheio de pessoas fantásticas e cheio de animais fantásticos. O Sonho atendeu ao pedido, mas ele não sabia diferenciar animais de pessoas de coisas e acabou por misturar um pouco de cada.
Quando a garota viu o que o Sonho fez, ficou muito satisfeita ignorando o fato de que cachorros não falavam. Tudo era tão maravilhoso.
Um dia a garota voltou a sentir-se só e pediu que o Sonho trouxesse alguém com quem ela pudesse brincar. O Sonho atendeu ao pedido e trouxe um homem bom para conversar com ela, mas o bom homem era perverso em sonhos e violentou a garotinha, matando-a logo depois.
O Sonho esperou por muito tempo por um novo pedido da garotinha, mas ela não respondia os seus chamados.
Após muito, muito tempo, do canto mais escuro e remoto, esquecido até pelo próprio Sonho, a garotinha ressurgiu. E nas trevas ela ficou, esperando. Ela aprendeu como criar a vida e como destruí-la. Agora ela tinha o mesmo poder que o Sonho.
A garotinha pediu ao Sonho que se tornasse parte do mundo em que ela vivia, mas que tivesse cuidado para não se perder no próprio âmago. Como sempre o Sonho a atendeu, dessa vez acertando e vindo na forma de um gato gordo e risonho. Em pouco tempo os pedidos se tornaram ordens e antes que o, agora, gato pudesse notar ele mesmo não passava de um agrupamento de ossos vazio. Não havia amor ou alegria, tristeza ou solidão dentro de si, era algo sem alma; seus únicos pertences agora eram seu maléfico sorriso e sua obediência cega para com a (não mais) garotinha.
- Cortem-lhe a cabeça!
quinta-feira, 11 de abril de 2013 0 comentários

Une, due, trois...

- Sabe quem sou?
- Não.
- Sabe o que sou?
- Talvez...sei que és algo ruim...és a morte?
- Como podes saber? És apenas uma criança, quantas vezes já viste a morte tão de perto?
- Une...due...trois...
- E escapou em todas elas? Isso é admirável!
- Não escapei. Morri em todas as vezes, mas sempre volto.
- Que menina formidável ! Lembre-me de recompensá-la por isso.
- Isso o quê?
- Enganar-me tantas vezes.
- Não enganei a ti! Enganei a morte e tu não és ela.
- Então quem sou?
- Não sei quem, mas sei o quê és.
- O que sou?
- Algo pior que a morte.
- O que sou? Diga!
- Tu és...
- Eu sou...?
- Um Pesadelo, o pior de todos.
- SEU pior pesadelo, o melhor de todos.
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Essa febre

  Às vezes quando me distraio, acabo pensando em você, em mim, em nós. É algo que não posso controlar e isso é culpa do meu DNA, que faz de mim essa tola romântica. Mas você é tão culpado quanto eu, afinal foi em ti que minha sanidade se perdeu.
  Sinto muito se te fazer fiz chorar, eu juro que não foi minha intenção; foi loucura te pedir que me seguisse quando na verdade estava bailando em direção ao abismo, sinto muito por ter te convencido a se atirar e no final não te seguir. Mas você sabia que iria acontecer, você conhece minha natureza.. É culpado por suas próprias lágrimas.
  Há outra coisa que é que é culpa sua também: minha avassaladora e louca febre.
  Isso mesmo! É culpa sua. Já passei dos 50° há tanto tempo que me consideraria curada se voltasse aos 39°.
  Ah!, essa febre que não passa!
domingo, 3 de março de 2013 0 comentários

I missed u

Essa é a pior coisa que poderia acontecer. Morar na casa dele. Devo ser sincera e dizer que não era de um todo ruim, exceto a parte em que ele me joga na cara o quão detestável é minha presença.

“Você tem certeza que isso é uma boa ideia?” perguntei à Mirna.
“Quando foi que tive más ideias?” ela retrucou,
Olhei bem fundo nos olhos dela, deixando claro que estava listando todas às vezes.
“Você tem certeza que quer ouvir isso?” indaguei.
Minha irmã não fazia ideia de quanto ela já me sacaneou. Não mesmo, mas ela sabia que eu sabia cada uma das vezes por ordem alfabética, de data e de tamanho do caos que causou.
Ela diz que isso é extremamente rancoroso da minha parte, mas essa é a única arma que tenho para obriga-la a se manter na linha (o que quase nunca consigo). Fico imaginando se aquelas três horas de diferença entre nossos partos teve tamanha importância para nossas personalidades (sem contar as diferenças físicas).
A única coisa que me agrada é minha pele. É tudo que herdei da minha mãe. Algumas vezes ela fazia questão de me lembrar disso. Não com palavras, mas através de olhares, de gestos e afins. Sempre me lembrando de que sou uma aberração da natureza que nunca deveria ter existido.
Ela tentou me amar, eu sei que tentou, mas no final das contas todo esse peso foi forte demais pra ela. Por isso ela foi embora um pouco depois do meu aniversário de sete anos. Não que isso tenha sido um trauma, mas foi bem desagradável acordar no meio da noite com seus pais discutindo sobre abandono e blá, blá, blá.
         Mirna ficou arrasada na época, o Heinrich, meu pai-drasto também. Eles eram muito dependentes dela, enquanto pra mim ela nunca fez falta, assim como o namorado de quem ela engravidou.
         Tornei-me o elo forte da família e mantive (ou tentei manter) ela de pé até meu padrasto, que supostamente estava fazendo o melhor pra mim, me mandar pra um internato feminino em outro país. Mirna teria ficado em casa, mas éramos muito ligadas na época e por isso ela também foi chutada de casa. Não posso culpar Heinrich, ele foi quase um santo cuidando das filhas da esposa que o abandonou. Ele disse que não era bom que duas meninas vissem o pai mergulhado em bebida, mas eu sei o verdadeiro motivo.
         Por fim, mas não menos importante: o internato... passei os piores anos da minha vida naquele inferno, mas sobrevivi e isso é muito importante.
“No que está pensando?” Mirna perguntou, de repente.
“Nada de especial, acho” respondi.
Ela entendeu que eu estava pensando em algo triste, pois nunca compartilho esse tipo de pensamento com ela.
“O que faremos” perguntei “agora que chegamos a Arittanea?”
“Realmente não sei” respondeu “Normalmente é você quem faz os planos”
Mirna é um pouco preguiçosa quando se trata de planejar. Ela pensa no que pode acontecer nos próximos dois dias quando se esforça e vale deixar nota que ela fez isso uma única e inacreditável vez.
Ouvi passos em nossa direção, pensei que era Pietro vindo me encher o saco, mas era Lia, sua irmã, avisando que se não fossemos pra mesa em cinco nano segundos seriamos o almoço do dia seguinte.
Nunca corri tanto na minha vida. Na hora Lia achou engraçado como foi fácil nos convencer, mas ficou roxa de raiva quando lembrou que estávamos com os pés completamente sujos.
Corrigindo o inicio do paragrafo anterior: eu pensei nunca ter corrido tanto na minha vida até correr da Lia com uma colher de pau na mão.
O mundo parecia virado ao contrario agora todos eram agradáveis comigo e com minha irmã, na nossa infância isso era um pouco diferente: ninguém era agradável comigo. Nunca tentaram falar comigo ou menos sentar perto de mim. Em contrapartida Pietro estava sempre do meu lado.
É tão engraçado e confuso ver o ditado ‘o mundo dá voltas’ se realizando de tal forma diante dos meus olhos. Provavelmente eles estão sendo agradáveis agora por que sou órfã, mas isso não muda os fatos.
Isso me lembra um pouco minha estadia na França. Eu não queria ir, mas Mirna insistiu tanto que acabamos passando por lá. Não tenho nada contra aquele país magnifico, mas ser o ‘lar’ do meu progenitor é demais pra mim. Também sei que o país nada a ver com isso, mas evito passar perto da França mesmo assim.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013 0 comentários

The Pierces - Secret



Hoje resolvi publicar meu amor por PLL e acabei postando este videoclipe. Para quem não sabe essa música é da abertura da série (como se ninguém soubesse).
Basicamente a musica fala sobre isso: contar (ou não) segredos para e dos outros.
A minha parte favorita é quando elas estão dançando e a loira olha para a outra garota no verso "duas pessoas podem guardar segredo se um delas estiver morta".
Mas afinal, quem nunca teve aquela leve tendência a contar o pior segredo de alguém só por vingança ou calar alguém só para guardar um segredo?

 
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